Lágrimas brotam,
Correm e escorrem.
Cachoeira, corredeira e mar.
Inundam meu coração.
De uma tristeza profunda.
Que dói no fundo do peito.
Daquela que amarga a boca.
Embrulha o estômago.
Faz a alma sangrar.
A ausência.
A carência.
A impermanência.
Acesso bloqueado e negado.
Dor profunda.
Nas entranhas, no ventre e no coração.
Sentimento sufocado.
Impotência muda.
Labirinto do desejo.
Punhal cravado no peito.
Pelas próprias mãos.
Teia tecida por mim mesma e só eu posso decidir parar de tecê-la...
Da Marla de Queiroz, para você:
ResponderExcluir"Mais vale uma renúncia dolorosa, que permanecer onde seu coração está morrendo de inanição. A concessão sem limites não é amor, é desespero. E tentar segurar com força alguém que dá indícios de que está indo embora, é a forma mais humilhante de fazer com que ela alargue os próprios passos para longe. Ninguém pode restituir um amor que já foi embora - seria como tentar levar um punhado de água do mar para outra cidade na concha das mãos. A gente se apaixona pelo amor que o outro tem por ele mesmo, depois pelo amor que descobrimos por nós mesmos. Depois pelo encontro desses dois amores. Querer que o outro fique nunca impediu de que a porta fosse aberta e fechada logo depois, deixando apenas um rastro de perfume e um bocado de dor."